Acima, G. Zinoviev conspira contra a revolução. | Em poucas palavras, o zinovievismo é uma sujeira. Irmã gêmea do kamenevismo, – apesar de um possuir um caráter mais acovardado – essa prática surgiu pelas mãos traiçoeiras de Grigory Zinoviev. Esse homem foi considerado por muitos anos um intelectual gabaritado da revolução e o mais próximo o parceiro de Vladimir Ilitch Lênin. Essa cobra só mostraria suas presas no momento mais delicado da História do Partido Bolchevique e da própria Rússia. Às vésperas da Revolução de Outubro, quando a situação ainda não estava configurada, o Comitê Central Bolchevique, encabeçado por ninguém menos que Lênin, se reuniu. A oportunidade histórica da tomada do poder era a discussão central. Foi nesse momento que Grigory Zinoviev e seu fiel aliado Lev Kamenev se opuseram a Vladimir Ilitch e à própria Revolução. A intenção dessa dupla de embusteiros era negar a imperatividade da insurgência das classes laboriosas e estabelecer um governo de coalizão com a corja menchevique e com os sociais-traidores. Essa postura covarde, que já apresentava sinais claros de desvios direitista, associacionista e conciliadorista, perduraria pelos momentos mais difíceis do estabelecimento da nova ordem. Os tempos turbulentos da Guerra Civil já haviam passado, os erros de Zinoviev esquecidos, e o líder máximo da Revolução fatalmente adoecido, quando a face faccionista do zinovievismo surgiu. Os anos de sucessão a Lênin foram marcados por disputas acirradas no Politburo do PCUS. Stálin assumiu a responsabilidade por salvaguardar a linha do Partido dos florescentes desviacionismos. O primeiro ato para a proteção da vanguarda do proletariado foi o expurgo do infesto Trotsky e sua camarilha esquerdista. Nesse primeiro momento, em 1924-5, tanto Zinoviev como Kamenev pareceram, como em um surto de lucidez, terem se dotado de legítima consciência partidária e se juntaram a Stálin. Porém, logo a dupla revelaria sua verdadeira face. Com a Oposição de Esquerda de Trotsky enfraquecida, Zinoviev e Kamenev criariam outra facção para se opor a legítima linha defendida por Stálin. Os embates prosseguiram com Zinoviev perdendo solenemente suas bases de sustentação no Partido, uma a uma. Finalmente, no ano de 1928, uma vez que Trotsky já jazia higienicamente afastado da União Soviética, a dupla sai da cena política. Isso sem se privar de cometer um último ato de desviacionismo: em uma flagrante conduta capitulacionista Zinoviev e Kamenev despejam uma série de lamentações insinceras de autocrítica. O fim desses dois viria com a execução impiedosa por Nikolai Iejov durante os Grandes Expurgos da década de 1930. Em suma, o zinovievismo compõe uma bizarra mescla de inúmeros desvios, coloridos por um indefinível esquerda-direitismo pautado em uma postura intelectualmente desonesta e covarde. |
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